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Tecnologia 26/07/2011

A câmera mais precisa do mundo

Agência Espacial Europeia anuncia a criação de equipamento com um bilhão de pixels, capaz de fotografar centenas de estrelas por segundo.

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PRECISÃO
Acima, técnicos montam câmera que vai registrar novos corpos celestes

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Uma câmera com resolução de um bilhão de pixels – 200 vezes mais poderosa do que as mais populares no mercado, as de cinco megapixels – vai fotografar o Universo com riqueza de detalhes jamais alcançada. O conjunto de 106 sensores (ou CCDs, como são conhecidos pela sigla em inglês) será enviado ao espaço em 2013 na missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA) e terá como missão encontrar novos corpos celestes, como estrelas e planetas.

Enquanto o olho humano pode ver alguns milhares de estrelas numa noite clara, a missão vai mapear um bilhão delas, tanto na Via Láctea como em galáxias vizinhas à nossa, num prazo de cinco anos. Os técnicos da Astrium, empresa que fabricou a câmera, passaram a maior parte do mês de maio encaixando os sensores lado a lado, com um milímetro de distância um do outro. Eles são um pouco menores que um cartão de crédito e mais finos que um fio de cabelo. Para se ter uma ideia da complexidade da operação, os técnicos eram capazes de encaixar apenas quatro CCDs por dia durante o processo.

“Cada estrela será observada cerca de 70 vezes, quando serão registrados brilho, cor e posição. A comparação das medições vai ajudar a traçar a história da nossa galáxia”, diz Markus Bauer, porta-voz da ESA. “Entender como ela evoluiu contribui substancialmente para a compreensão de todo o Universo”, afirma.

A montagem e o alinhamento preciso dos sensores foi um passo primordial para o sucesso da missão. O mosaico foi organizado em sete fileiras. Só para detecção de estrelas serão dedicados 102 CCDs. Os outros quatro vão verificar a qualidade da imagem e a sua estabilidade. Para aumentar a sensibilidade do equipamento, a espaçonave que o levará ao espaço manterá uma temperatura de 110oC negativos. Como define o porta-voz da agência europeia: “Muitas outras missões espaciais usam CCDs para captar a luz, já que a tecnologia básica é a mesma”, diz. “Gaia, porém, terá de detectar, selecionar e medir centenas de estrelas a cada segundo.”

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Fonte: ISTO É